Domingo, 22 de dezembro de 2024

Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai devolver quadro roubado por nazistas em Paris

Um museu da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, vai devolver um quadro do pintor francês Gustave Courbet roubado em 1941 pelos nazistas, em Paris. A tela pertencia a um judeu membro da Resistência.

A devolução vai ocorrer após uma reclamação dos descendentes de Robert Bing, que era o proprietário do quadro “La Ronde Enfantine”, obra de Courbet (1819-1877) pintada em torno de 1862, que representa um grupo de crianças brincando em um bosque.

O Spoliation Advisory Panel, organismo criado em 2000 pelo governo britânico, concluiu nesta terça-feira (28) que “o quadro foi roubado pelas forças de ocupação nazistas porque Robert Bing era judeu”. Pouco depois, o Fitzwilliam Museum de Cambridge anunciou que a obra vai ser entregue a seus descendentes.

“O museu cuidou da peça, que agora pode ser devolvida aos descendentes dos proprietários originais”, escreveu a instituição em seu site.

Segundo o comunicado publicado pelo Panel, em 5 de maio de 1941, dois membros da Einzatzstab Reichsleiter Rosenberg, força nazista encarregada do roubo de obras de arte, confiscaram no apartamento de Bing, em Paris, o quadro que havia sido comprado por sua avó materna.

O comunicado ainda informa que a obra de arte foi armazenada na capital francesa “sob a posse do principal colecionador nazista, Hermann Goering”, fundador da Gestapo. Segundo o Fitzwilliam Museum, a tela foi encontrada pelos soldados aliados no final da guerra em um dos túneis secretos da Baviera. O reverendo Eric Milner-White comprou a obra em 1951 e a doou ao museu.

Nova York

Desde o ano passado, os museus de Nova York são obrigados a divulgar quais obras de arte foram roubadas na Europa durante a era nazista, graças à nova legislação assinada em agosto daquele ano pela governadora Kathy Hochul.

A lei faz parte de um pacote de legislação destinado a honrar e apoiar os sobreviventes do Holocausto, de acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York.

Os nazistas roubaram e confiscaram centenas de milhares de obras de arte durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente de comunidades judaicas. A nova lei exige que os museus “coloquem um cartaz ou outra sinalização de forma proeminente” nos trabalhos artísticos.

“Mais de 600 mil pinturas foram roubadas do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, enriquecendo o regime nazista e eliminando a cultura judaica”, explicou Jack Kliger, CEO do Museu da Herança Judaica em Nova York.

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