Sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Vacina contra malária desenvolvida na USP poderá ser testada em breve

Uma vacina nacional contra a malária vivax, tipo mais comum da doença no Brasil, está em fase de patente e deve ter o pedido de testes em humanos protocolado até janeiro. O imunizante, batizado de Vivaxin, apresentou resultados promissores na fase pré-clínica, avaliando qualidade, eficácia e segurança.

Atualmente, não há vacina contra o Plasmodium vivax, parasita transmitido por mosquitos Anopheles. O Brasil registra cerca de 80% dos casos de malária causados por essa espécie, que é endêmica na região amazônica e provoca febre, calafrios e outros sintomas graves.

“Temos um produto inédito e inteiramente desenvolvido no Brasil”, afirma Irene Soares, da USP, que lidera o projeto com Ricardo Gazzinelli, da UFMG. O trabalho recebeu apoio da Fapesp, Finep e CNPq para superar o chamado “vale da morte” e levar a pesquisa básica até a etapa de testes clínicos.

A patente, submetida em outubro, protege a formulação do imunizante, que combina três variantes genéticas da proteína PvCSP do parasita, visando maior eficácia. Estudos recentes demonstraram que a vacina induz altos níveis de anticorpos e, em alguns casos, previne completamente a infecção em modelos animais.

De janeiro a outubro deste ano, o Brasil registrou quase 118 mil casos de malária, 80% deles causados pelo Plasmodium vivax, segundo o Ministério da Saúde. A doença preocupa especialmente populações indígenas, com aumento de 12% nos casos em 2024.

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