Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de janeiro de 2025
Com a chegada do verão, as escapadas para a piscina ou praia se tornam mais frequentes. Se, no passado, esses momentos envolviam se expor ao sol sem maiores preocupações, hoje sabemos que a proteção solar é indispensável para que a diversão seja plena e, acima de tudo, segura.
Nesse sentido, o protetor solar é, sem dúvida, um dos itens mais importantes contra queimaduras, manchas e até o câncer de pele. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre sua real eficácia e, influenciadas por mitos ou informações mal compreendidas, acabam negligenciando esse cuidado, não apenas no verão, mas ao longo de todo o ano.
Para esclarecer de vez essas confusões, desvendamos os mitos mais comuns sobre o protetor solar.
Protetor solar em creme é mais eficaz que os outros
Mito. Segundo o dermatologista Abdo Salomão Júnior, sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) , o veículo do protetor solar — seja ele em creme, loção, gel ou spray — não altera sua eficácia. “Isso é apenas uma questão de conforto e preferência. O que acontece é que produtos em creme, loção ou mesmo sérum e gel, são mais fáceis de aplicar uniformemente, enquanto o spray requer atenção para evitar áreas descobertas”.
Crianças podem usar o mesmo protetor dos adultos
De acordo com a dermatologista Flávia Brasileiro, membro da SBD, crianças não devem usar o mesmo protetor solar que os adultos até os 2 anos de idade. Ela explica que os protetores infantis físicos são os mais indicados, já que são formulados com ingredientes hipoalergênicos e oferecem menor risco de irritação, sendo ideais para a pele sensível dos pequenos. Além disso, esses produtos geralmente possuem fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 50 e são resistentes à água, oferecendo maior segurança.
A principal diferença entre o protetor solar físico e o químico é que o físico têm substâncias como o dióxido de titânio e o óxido de zinco, que formam uma barreira na pele e refletem as radiações UVA e UVB. Eles iniciam sua ação imediatamente após a aplicação e são mais resistentes ao suor – justamente por isso são mais indicados para os pequenos. Já o químico tem moléculas que são absorvidas pela pele e reagem com a luz do sol, transformando a radiação de alta intensidade em uma energia mais leve. Porém, só começa a agir após 30 minutos da aplicação. Para descobrir qual é o tipo do protetor basta verificar a embalagem e as especificações do rótulo.
Além disso, Flávia destaca que o uso de protetor solar é recomendado a partir dos 6 meses de idade. Antes disso, a proteção deve ser realizada por meio de barreiras físicas, como chapéus e roupas de manga longa e tecidos com proteção UV.
Após os 2 anos, o uso de protetores solares adultos pode ser considerado. No entanto, ela sugere continuar utilizando versões pediátricas até pelo menos os 7 anos. “Isso ajuda a prevenir alergias e garante uma proteção mais eficaz para a pele infantil”, opina.
Basta aplicar uma vez ao dia
Mito, viu? Segundo a SBD, o protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas. Agora, se suar ou molhar, o tempo deve ser ainda menor. “Mesmo em ambientes secos, o filtro solar vai perdendo eficácia ao longo do tempo devido à oxidação e à própria absorção pela pele”, explica Flávia. “Toda vez que a pessoa entra na piscina e no mar, ou toma uma ducha, precisa reaplicar, mesmo que ele seja à prova d’água”, complementa Mônica.
Não precisa usar protetor solar dentro de casa
Embora muitas pessoas considerem o uso de protetor solar dentro de casa, essa é uma recomendação importante de especialistas, como Salomão. Ele explica que, mesmo em ambientes fechados, estamos expostos à radiação ultravioleta (UV), uma radiação invisível aos olhos, que vem do sol. “A radiação UV não chega só através das janelas, como também é emitida por aparelhos como monitores, câmeras e até as telas de celular”, alerta.
A radiação UV, especialmente os raios UVA, podem causar danos à pele, como o envelhecimento precoce, o surgimento de manchas e, a longo prazo, até o câncer de pele. Isso acontece porque, mesmo em ambientes internos, a radiação pode penetrar na pele e causar efeitos prejudiciais com o tempo, sem que a gente perceba.
Óleo de coco pode substituir o protetor solar
Dermatologistas esclarecem que essa é mais uma afirmação equivocada — e, acima de tudo, perigosa. Segundo os especialistas, o uso pode resultar em queimaduras graves, cicatrizes, manchas e até dermatite de contato.
“Os óleos naturais podem até ter um efeito calmante sobre queimaduras solares já existentes, mas, quando utilizados antes da exposição, podem acelerar e potencializar o bronzeamento, aumentando o risco de queimaduras graves”, alerta Flávia. As informações são do portal O Estado de São Paulo.