Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Veja os prós e os contras do investimento em dólar

Para muita gente, investir em dólares remonta a uma volta no tempo. Mais precisamente aos anos 1980, quando a desvalorização das moedas brasileiras – Cruzado Novo e Cruzeiro – em função da hiperinflação que assombrou o país até a criação do plano Real, fez com que muita gente convertesse seus ganhos para a moeda americana.

Em função do aumento da cotação da moeda, que segundo especialistas, pode chegar a casa dos R$ 7 até o final do ano, há quem veja a “verdinha” como uma alternativa aos investimentos, por exemplo, para não perder dinheiro. Mas, afinal, vale a pena investir na moeda americana?

Segundo Filipe Marchesoni, da Ágia Investimentos, existem três tipos de investimentos em dólar. No primeiro, o investidor fica exposto em dólar ao firmar um contrato. “Por exemplo, você pode comprar um dólar a R$ 6 no começo do dia e no final ele vai ficar a R$ 5. Isso não é simples para um investidor individual, geralmente funciona mais para empresas”, afirma.

A segunda maneira são os fundos cambiais. Eles servem para ativos atrelados a moedas estrangeiras. Por regra, eles têm a finalidade de proteger os investidores contra as flutuações de sua moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira que tenha maior força na economia mundial.

Por fim, há os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são certificados e representam ações emitidas por empresas em outros países, mas que são negociados aqui, no pregão da B3, antiga Bovespa. É como se fossem valores mobiliários lastreados em papéis de companhias estrangeiras e, desde setembro de 2020, também brasileiras.

Quem adquire um BDR não compra diretamente as ações da empresa no exterior. Em vez disso, investe em títulos representativos desses papéis. Essas ações existem e ficam depositadas e bloqueadas em uma instituição financeira que atua como custodiante.

Não vale

A tática de usar a moeda estrangeira como uma maneira de fugir da inflação, atualmente, não é vista com bons olhos, embora seja uma alternativa, numa composição de carteira de investimentos. “Para proteger da inflação, o dólar deixa de ser a única escolha para se tornar um compositor de carteira para agregar no ganho real ao longo do tempo e além de garantia contra a inflação, agregar nos ganhos compostos para o longo prazo. Importante sempre entender qual o perfil do cliente e para quanto tempo pretende ter a aplicação”, afirma Ciro Bernardino Biazim, sócio e assessor de investimentos na Blue3.

Mas um conselho por parte dos assessores é que este tipo de investimento é para quem tem perfil mais arrojado. “De maneira bem direta, não é para o investidor conservador. Porque em qualquer modalidade em que se venha a trabalhar com o dólar, existe a oscilação da moeda”, finaliza Yano.

Prós e contras

Contratos futuros em dólar
Prós: Caso a moeda suba de valor, você ganha dinheiro.
Contras: Ter uma chamada de margem, de dinheiro que pode sair da sua conta em função da oscilação da moeda.

Fundo Cambial
Prós: Preserva o valor do capital para grandes aquisições, evitando problemas em empresas.
Contras: Requer grandes quantias.

Investimentos em BDR
Prós e Contras: Ficar sujeito ao desempenho de empresas no exterior – mercado de ações.

Como comprar

A compra de moeda estrangeira é adequada especificamente para quem vai viajar ao exterior. Tudo isso em função do imposto que é cobrado sobre as Operações Financeiras (IOF). Segundo o Banco Central, este índice, é de 1,10% quando é feita a troca de papel moeda e de 6,38% quando é uma transação em cartão de crédito.

As empresas autorizadas pelo Banco Central (BC) a realizar este tipo de transação são responsáveis por identificar os clientes e também assegurar o procedimento lícito das transações. As pessoas físicas podem comprar até 10 mil dólares para levar ao exterior. Acima desse valor é necessário apresentar comprovante de renda.

Taxas de câmbio

O valor do câmbio é determinado pelo tipo de transação que se pretende fazer. Se é uma remessa ou uma compra por empresa, o preço do dólar é o comercial, mais os custos embutidos. Se é uma compra para viagem ou para outro uso, o dólar turismo. Mas além disso há uma base de cálculo, que leva em conta o spread bancário e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ainda existem outras duas cotações do dólar: o PTAX, que representa a taxa de câmbio de referência no momento. Ela é feita através de uma média calculada pelo Banco Central por meio de quatro consultas aos dólares de câmbio entre 11h e 14h. Já o dólar paralelo é considerado irregular e pode levar a sanções financeiras e criminais.

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