Quinta-feira, 24 de outubro de 2024

“Vivemos situações anômalas”, diz o presidente do Supremo sobre cumprimento de decisões judiciais pelos outros Poderes

O ministro e presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse, nesta quinta-feira (24), que os poderes Legislativo e Executivo têm o dever de cumprir as decisões do Judiciário e que país viveu “situações anômalas” quanto a isso.

O ministro deu a declaração em discurso na primeira Conferência Internacional para a Sustentabilidade do Poder Judiciário, em Brasília. Barroso afirmou que o papel do Judiciário, por ser uma instituição sem caráter político, tem se tornado cada vez mais importante no que tange às decisões sobre o meio ambiente e a redução das mudanças climáticas.

Ressaltou, porém, que o Supremo não tem meios de executar as próprias decisões, já que, pela divisão de poderes, o cumprimento depende da atuação do Legislativo e do Executivo.

“Em um estado democrático, os outros Poderes têm o dever de cumprir as decisões judiciais e, geralmente, é o que ocorre no Brasil. Nós vivemos situações um pouco anômalas em relação a essa matéria, mas a vida parece ter voltado a normalidade”, argumentou o ministro.

STF vs Legislativo

A relação entre Legislativo e STF tem sido marcada por embates neste ano. Os recentes julgamentos da Corte sobre aborto, descriminalização do porte de maconha e suspensão de emendas impositivas são vistas, por alguns congressistas, como invasão de competência do Supremo em assuntos legislativos.

Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer, em junho, que a Suprema Corte não deveria “se meter em tudo”. Hoje, tramitam no Congresso um pacote de medidas que restringem os poderes da Suprema Corte. Dentre eles, há a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita decisões monocráticas (individuais) de ministros da Corte.

Na prática, a PEC prevê que magistrados não poderão, por meio de decisão individual, suspender a validade de atos dos presidentes da República, do Senado ou da Câmara. Ela foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara no início de outubro e agora será analisada por uma comissão especial antes de ir a plenário.

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