Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de março de 2024
Um estudo publicado na revista Science revela que o sistema nervoso humano está naturalmente programado para sentir medo — como quando ouvimos ruídos estranhos no escuro ou quando um animal que está rosnando se aproxima.
A resposta ao medo serve como um aviso para que a pessoa permaneça em alerta, servindo como mecanismo de defesa para evitar situações perigosas. Entretanto, se o indivíduo sentir medo sem estar diante de situações ameaçadoras, seu bem-estar pode ser prejudicado.
Pessoas que vivenciaram incidentes de risco de vida ou estresse grave podem ter medo em episódios que não apresentam uma real ameaça. E isso pode gerar danos psicológicos a longo prazo, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
A nova pesquisa foi realizada por neurobiólogos da Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA. A equipe identificou quais mudanças ocorrem na bioquímica do cérebro e mapeou os circuitos neurais que causam o medo generalizado.
Caminho do medo
A equipe estudou a área do cérebro de camundongos conhecida como rafe dorsal, localizada no tronco cerebral. A análise indica que o estresse agudo ocasionava uma mudança nos sinais químicos dos neurônios — passando de neurotransmissores excitatórios “glutamato” para inibitórios “GABA”, o que provoca respostas de medo generalizadas.
“Nossos resultados fornecem informações importantes sobre os mecanismos envolvidos na generalização do medo”, diz Nicholas C. Spitzer, membro do Departamento de Neurobiologia da Universidade da Califórnia em San Diego, em comunicado.
“O benefício de compreender esses processos nesse nível de detalhe molecular – o que está acontecendo e onde está acontecendo – permite uma intervenção que é específica para o mecanismo que impulsiona os distúrbios relacionados [ao medo]”, acrescenta Spitzer.