Por Redação Rádio Pampa | 30 de julho de 2023
O ator brasileiro Wagner Moura, conhecido internacionalmente por seu papel em “Tropa de Elite”, participou de um piquete da greve dos atores de Hollywood. Morando atualmente na Califórnia, Moura participou de uma manifestação do Sindicato dos Atores dos EUA (SAG-Aftra) em Culver City, cidade localizada na região metropolitana de Los Angeles, que abriga diversas companhias e estúdios de cinema, como a Sony Pictures.
Moura não foi o único brasileiro na manifestação. Ele compareceu ao ato na companhia de outros atores e roteiristas do país, que moram nos EUA. Entre eles estavam a atriz Biä Borinn, os atores Eduardo Muniz e Ivo Müller, o roteirista e diretor Gabriel Moura, e o roteirista e jornalista Rodrigo Salem. A maioria vestia camisetas dos sindicatos e seguravam cartazes favoráveis à greve.
Biä Borinn compartilhou fotos do grupo em seu Instagram, escrevendo: “Nosso grupinho brasileiro massa de atores e roteiristas piqueteando na greve hoje de manhã”.
A greve de Hollywood
Os atores e os roteiristas de Hollywood estão em greve após tentativas fracassadas de negociação com os estúdios. Os intérpretes paralisaram os trabalhos em julho, juntando-se aos escritores, que protestam desde maio. A manifestação em que Moura participou é uma das muitas ações que estão sendo realizadas para pressionar os estúdios a atender às demandas da greve.
O movimento também teve impacto sobre filmes americanos rodados no Reino Unido: Beetlejuice 2 , do diretor Tim Burton, foi ‘pausado’, e a produção de Deadpool 3, filmado no Pinewood Studios com Ryan Reynolds e Hugh Jackman, foi encerrada.
A disputa gira em torno da remuneração dos atores, poucos deles desfrutando da alta renda das estrelas de Hollywood. Mas uma discussão adicional entre o sindicato SAG-AFTRA e os produtores de filmes é sobre o uso de inteligência artificial (IA) . Os atores temem o impacto o impacto da IA em suas carreiras.
A causa – Quando os atores atuam em sets de filmagem, suas imagens e vozes são gravadas digitalmente em altíssima resolução, fornecendo aos produtores grandes quantidades de dados. Os atores estão preocupados com o risco de reutilização por meio de ferramentas de inteligência artificial.
Novos processos, como aprendizado de máquina – sistemas de IA que melhoram com o tempo – podem transformar a atuação de um ator em um filme em um novo personagem para outra produção ou para um videogame.
Os atores sentem uma necessidade urgente de controlar como a IA utiliza sua imagem. A presidente do sindicato, Fran Drescher, disse: “Todos corremos o risco de sermos substituídos por máquinas. Mas quão realistas são esses medos?”
