Quarta-feira, 13 de novembro de 2024

WhatsApp com uso ilimitado pode estar com os dias contados; veja por quê

Os pacotes que permitem tráfego ilimitado para aplicativos como WhatsApp podem estar com os dias contados, de acordo com fontes do setor. A polêmica ganhou novo capítulo em junho deste ano, quando o presidente da Claro Brasil, José Felix, classificou a estratégia como um erro por parte das companhias de telecomunicações. Em entrevista recente, um executivo da Vivo disse que a companhia tem diminuído a oferta de aplicativos com dados ilimitados, já que existe a necessidade de investimento feito na rede.

Para fontes do setor, o tema está ganhando força nas companhias no Brasil conforme o tema avança em outros locais no mundo. Na União Europeia, por exemplo, há uma discussão por parte dos órgãos de concorrência em obrigar as empresas de aplicativos (chamadas de OTTS, como Facebook, Netflix, TikTok, entre outas redes sociais e de streaming) a dividirem os custos de investimentos em rede com as empresas de telecomunicações.

Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas companhias limitam ainda o total de dados trafegados na rede fixa, ideia já vetada no Brasil.

A divisão de investimentos entre as empresas de telecomunicações e as OTTS está nesse momento na chamada fase de “tomada de subisídio” na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Essa fase é uma espécie de pré-consulta pública com perguntas e reflexões, sem um texto formatado. É tido com uma espécie concepção do regulamento.

Na década passada, houve denúncia ao Cade, que regula a concorrência no Brasil, de que “zero rating” feria a neutralidade de rede, quando todos os consumidores têm de ter acesso igualmente a velocidade de internet sem discriminação. A Anatel e o Ministério das Comunicações afirmaram na ocasião de que a prática não feria o marco civil da internet e deveria seguir de acordo com a estratégia de cada companhia.

Nos bastidores, executivos da Vivo, TIM e Claro defendem a ideia de divisão de investimentos.

Atualmente, a Claro, por exemplo, oferece, sem descontar do volume de dados da franquia, para pacotes controle e pós-pagos acesso ilimitado a aplicativos como WhatsApp e Waze. Para os planos mais robustos, há ainda o chamado “zero rating” para Twitter, Instagram, Facebook e TikTok.

Quem também ainda aposta fortemente nessa estratégia é a TIM, com acesso ilimitado ao WhatsApp. No caso do Instagram, Twitter, Facebook e Messenger, o benefício vale apenas por três meses sem descontar da franquia nos planos controle. Porém, nos planos pós-pagos, o acesso ilimitado não tem período pré-estabelecido.

Já a Vivo é a menos agressiva. Hoje, a operadora oferece acesso ilimitado apenas para o WhatsApp em seus planos. Um dos caminhos que as empresas vêm fazendo é criar pacotes já em parceria com as empresas de streaming, como Amazon Prime, Globoplay, Spotify e Netflix. Porém, essa parceria limita o total do tráfego de dados dentro dos pacotes de internet móvel.

Entre os planos pré-pagos (cartão), o WhatsApp é o único aplicativo ilimitado aos clientes. O executivo de uma das teles afirmou que a mudança vem sendo gradual de forma a fazer uma “transição suave”. Ele destacou que a expectativa é iniciar o fim de aplicativos ilimitados nos planos pós-pagos e controle. Já no pré-pago, a mudança deve ocorrer em um segundo momento, ainda sem data.

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