Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de fevereiro de 2025
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs uma troca de territórios entre seu país e a Rússia como parte de um acordo de paz entre os dois países, que estão em guerra desde fevereiro de 2022.
Em uma entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, Zelensky afirmou que, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga fazer com que os dois países negociem a paz, ele planeja oferecer a região russa de Kursk ocupada pela Ucrânia em troca de territórios ucranianos atualmente sob controle das tropas de Moscou.
“Vamos trocar um território por outro”, ele disse, sem mencionar quais regiões serão reivindicadas de volta por Kiev. “Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade.”
A região de Kursk é menor do que as áreas ucranianas controladas por Moscou, que incluem boa parte do leste do país, incluindo a península da Crimeia, a região de Zaporizhzhia, a cidade portuária de Mariupol e os núcleos separatistas de Luhansk e Donetsk. Isso indica que um acordo de troca de territórios não seria suficiente para acabar, sozinho, com as hostilidades.
Tropas ucranianas invadiram a região de Kursk, no extremo oeste da Rússia, em agosto de 2024. Foi a primeira vez na guerra em que Kiev reconheceu formalmente um ataque ao território do país inimigo.
A operação foi descrita como uma das mais ousadas do conflito. Cerca de 1.000 soldados ucranianos atravessaram a fronteira russa na madrugada de 6 de agosto.
Com tanques e veículos blindados, cobertos no ar por drones e artilharia, atravessaram campos e florestas da fronteira em direção ao norte da cidade fronteiriça de Sudzha, o último ponto operacional do transbordo do gás natural russo para a Europa via Ucrânia. A incursão fez com que Putin readaptasse planos de guerra de forma emergencial.
Mais de 12,3 mil civis foram mortos na guerra da Ucrânia desde a invasão da Rússia há quase três anos, disse uma autoridade da ONU em uma reunião da entidade no começo de janeiro, mencionando um aumento no número de vítimas devido ao uso de drones, mísseis de longo alcance e bombas planadoras.
A Rússia, que está anexando territórios no leste da Ucrânia, tem realizado ataques regulares a cidades distantes nos últimos meses usando essas armas. Isso contribuiu para um aumento de 30% nas mortes de civis, para 574, entre setembro e novembro de 2024 na Ucrânia, em comparação com o ano anterior, de acordo com dados da ONU.
No total, a vice-chefe de direitos humanos da ONU, Nada Al-Nashif, afirmou que mais de 12,3 mil civis foram mortos na Ucrânia, incluindo 650 crianças – embora a ONU tenha dito repetidamente que sua contagem é inferior à realidade porque inclui apenas as mortes que suas equipes conseguiram verificar.